O mundo grego

Por volta do ano 200 a.C., povos indo-europeus - jônios, eólios, aqueus e dórios - invadiram em levas sucessivas a península Balcânica e a ilha de Creta e submeteram seus habitantes. A civilização grega, que tanto influenciou a cultura ocidental, é o fruto do encontro desses povos.

O território dos gregos

Os povos indo-europeus se concentraram em maior número na península do Peloponeso, situada ao sudeste da Grécia. Essa península tem um litoral bastante recortado, com muitas ilhas, relevo montanhoso e solo pobre para a agricultura, fatores que favorecem o desenvolvimento do comércio marítimo.
Essa atividade econômica possibilitou aos gregos expandir seus territórios  fundar colônias na Ásia Menor e no litoral do mar Mediterrâneo.
Os gregos nunca formaram um Estado unificado. eles se organizavam em cidades-estado independentes, também conhecidos como pólis - cidade. Apesar disso, formavam um só povo, pois falavam a mesma língua, acreditavam nos mesmos deuses e tinham costumes semelhantes.

Os cretenses

A ilha de Creta, no mar Mediterrâneo, foi ocupada desde 3000 a.C. por povos vindos da Ásia Menor. Construíram grandes palácios dotados de sistema de água e esgoto e decorados com afrescos - arte de pintura mural, na qual se aplicam cores diluídas em água sobre um revestimento de argamassa ainda fresco - que retratavam a vida cotidiana. As cidades de Creta eram governadas por reis, e a mais importante era Cnossos.
Por volta de 1450 a.C., a ilha foi dominada pelos aqueus que habitavam a península Balcânica.

Os aqueus e o poderio de Micenas

Entre os povos que migraram em direção à atual Grécia estavam os aqueus. Organizaram-se em cidades-estado, tendo Micenas como principal centro político e econômico. Por isso, a civilização aqueia é conhecida como micênica.

Palácios-fortaleza

O centro da vida política, econômica e administrativa nas cidades micênicas eram os palácios-fortaleza. Essas construções, protegidas por grandes muralhas de pedra, foram erguidas no alto dos morros, próximos à costa, em locais de fácil acesso.
Com o tempo, nos arredores dessas fortalezas, desenvolveram-se importantes cidades, como Atenas, Tebas, Ítaca e Tirinto, governadas e administradas pela aristocracia, ou seja, pela nobreza guerreira e dona de terras.
Os conflitos e as disputas militares entre as cidades eram constantes, valorizando-se muito a nobreza guerreira. Os nobres aqueus eram enterrados com suas armas de bronze, o que revela a importância das armas para essas sociedades militarizadas.
A partir de 1200 a.C., grande parte dos palácios-fortaleza foi construída por causa de conflitos sociais e revoltas populares, enfraquecendo o poder dos reis.
Ao mesmo tempo, as invasões dos dórios, outro povo indo-europeu do norte da Europa, contribuíram para a decadência dos palácios-fortaleza.

A Guerra de Troia

De acordo com a narrativa do poeta Homero, intitulada Ilíada e escrita no século VIII a.C., a cidade de Troia, ou Ílion, foi destruída entre 1220-1180 a.C., por exércitos liderados por Agamenon, rei de Micenas. Os aqueus declararam guerra e sitiaram Troia durante 10 anos para resgatar Helena, esposa do rei da cidade de Esparta - irmão de Agamenon -, raptada por Páris, filho do rei de Troia.
Pesquisas arqueológicas, entretanto, revelam que a cidade de Troia foi fundada em, aproximadamente, 3000 a.C. e era muito rica. O aqueus empreenderam uma guerra contra a cidade provavelmente para saqueá-la. A cidade foi conquistada pelos aqueus por volta de 1220 a.C.

A formação da pólis

A partir de 800 a.C., o mundo grego se dividiu em pequenas aldeias, os genos, chefiados por poderosas famílias da nobreza guerreira, único segmento da sociedade que detinha poderes políticos.
As primeiras famílias administravam os bens comuns, exerciam a justiça e também lideravam os exércitos. Governavam com o auxílio da Assembleia, composta por guerreiros nobres.

A Pólis

O território da pólis dividia-se em três partes: a acrópole, ou cidade alta, que abrigava os templos dos deuses e não era habitada; a cidade baixa, onde se situavam as praças, os mercados e as moradias de ricos e pobres; o campo, local onde moravam os agricultores. A ágora era a praça principal.

A pólis grega

Com o pasar do tempo, as alianças entre os genos deram origem a centenas de pequenas cidades-estado, que geralmente se tornavam rivais entre si. Cada cidade-estado, pólis, tinha o próprio governo, as próprias leis e a própria moeda.
As póleis (plural de pólis) tinham como principais atividades econômicas a agricultura e o comércio marítimo e eram governadas pelos chefes de família, grandes proprietários de terra. Somente eles eram considerados cidadãos, com direito de manifestar-se nas assembleias e de ocupar cargos públicos. Esse sistema de governo ficou conhecido como aristocracia, ou seja, "governo dos melhores".
Apesar de o poder estar concentrado nos conselhos de aristocratas, com o tempo outros segmentos sociais puderam participar das assembleias que ocorriam na praça principal da pólis, a ágora. Nessa assembleia era vetada a participação de mulheres, estrangeiros e escravos.