Civilização Egípcia
A civilização egípcia se desenvolveu há mais de 5 mil anos no nordeste da África, às margens do rio Nilo, que corta o deserto do Saara.
A vida brota da água
O rio Nilo nasce da África central e percorre quase 6,7 mil quilômetros até desaguar em um delta no mar Mediterrâneo. Apesar de atravessar o deserto do Saara, ele nunca seca.
No verão, suas margens eram inundadas em razão das fotes chuvas em sua nascente e do degelo da neve de áreas montanhosas. Ao voltar ao seu leito normal, suas margens ficavam recobertas por húmus, que fertilizava as terras inundadas, permitindo a prática da agricultura e da pecuária.
A formação do Estado
Atraídos pela fertilidade do solo, grupos de agricultores estabeleceram-se desde 5000 a.C. em duas área distintas: no delta do rio Nilo e ao sul, no seu vale. Com o tempo, esses grupos uniram-se em torno de dois reinos: o do Baixo Egito, no delta, e o do Alto Egito, no vale do Nilo.
A disputa entre os dois reinos pelas terras férteis do delta foi vencida pelo reino do Alto Egito por volta de 3200 a.C. Unificado a partir dessa época, o Egito passou a ser governado por um só rei, chamado faraó.
Organização Social
No Egito praticamente não havia possibilidade de ascensão social. As profissões determinavam a posição social dos indivíduis, e os filhos seguiam as profissões de seus pais.
O faraó era considerado um deus e vivia em palácios, rodeado por sacerdotes, nobres e escribas, que o auxiliavam a governar, usufruindo das riquezas provenientes dos impostos e da exploração da terra.
Quase 85% da população era formada por camponeses, que cultivavam trigo, linho, cereais e pagavam altos impostos ao faraó. Também eram obrigados a trabalhar nas obras públicas, como pirâmides e canais de irrigação. Eles eram convocados para esses trabalhos, principalmente na época das cheias. Os escravos eram prisioneiros de guerra e nunca foram numerosos no Egito.
Religião Egípcia
Os egípcios também eram politeístas. Seus deuses podiam ser representados sob as formas humana, animal ou um misto das duas. Acreditava-se que o corpo e a alma se juntavam na vida após a morte.
Construíam templos grandiosos em pedra, com várias salas e compartimentos, pelos quais se chegava aos locais secretos onde realizavam os cultos e era guardada a imagem de um deus. Nos cultos faziam oferendas aos deuses para agradá-los e assim assegurarem proteção no dia a dia. A cerimônia era secreta; somente os faraós e os sacerdotes podiam participar. As paredes dos templos eram adornadas com pinturas, baixos-relevos e inscrições que glorificavam as divindades e o faraó.
A religião tinha grande importância para os egípcios, que se preocupavam muito com a vida após a morte.
A vida após a morte
Para entrar no reino dos mortos e alcançar a eternidade,o morto seria julgado por suas ações durante a vida em um tribunal presidido pelo deus Osíris. O deus Thot iria pesar o coração do morto na Balança da Verdade. Se as boas ações "pesassem" mais do que as más, ele ganharia a eternidade. Caso o contrário, a alma estaria condenada a desaparecer, tendo uma "segunda morte".
A mumificação
Para os antigos egípcios, era necessário convervar o corpo do morto para que sua alma pudesse se reencontrar com ele logo depois de ter sido julgada. Por isso, desenvolveu-se a mumificação.
O coração era o único órgão que não era retirado do corpo, pois nele residiram a razão, a sabedoria e a alma. Sepultavam junto com a múmia alimentos, joias e amuletos, pois acreditavam que o morto voltaria a comer, a beber e a usar os pertences que tinha em vida. Por isso, qualquer dano ao corpo ou ao coração do morto era considerado uma maldição que o condenaria à segunda morte.
A escrita egípcia e a arte
Desde 3000 a.C., os egípcios desenvolveram a escrita, que surgiu a partir de desenhos com significados complexos, usados principalmente em textos religiosos. Com o passar do tempo, esses desenhos foram se desenvolvendo e se tornaram os hieróglifos, sinais que representam ideias e sons.
Como o aprendizado dos hieróglifos exigia muitos anos de estudo, apenas os escribas e os sacerdotes sabiam interpretá-los e reproduzi-los. Com o tempo, os egípcios desenvolveram formas mais simples para facilitar o registro de informações cotidianas, como relatos e cartas.
A glorificação dos faraós
Na arte egípcia, muito voltada para a religião e a vida após a morte, destacaram-se a pintura, a escultura, a joalheria e a arquitetura. Os templos dedicados aos deuses e os túmulos dos faraós são marcas dessa civilização que permanecem até hoje.
Os faraós normalmente eram sepultados com máscaras mortuárias de ouro que cobriam o rosto todo. Com eles também eram sepultados muitos tesouros. Assim, a entrada dos túmulos geralmente era escondida, para evitar que fossem saqueados por ladrões. Os primeiros faraós, por volta de 3000 a.C., mandaram construir túmulos grandiosos, em forma de pirâmide.
No Egito existem cerca de 80 pirâmides, localizadas a oeste do rio Nilo, na direção do poente. As três maiores pirâmides são as de Queóps, Quéfren e Miquerinos, situadas em Gizé, próximo ao Cairo, capital do atual Egito.